terça-feira, 8 de julho de 2008

Destinos femininos

Ingrid Betancourt
Nestes últimos dias estive guardando algumas impressões e, ao mesmo tempo, aguardando o momento exato de reuni-las em um único texto. Dois acontecimentos envolvendo mulheres de nosso tempo marcaram o noticiário dos últimos dias. O primeiro deles diz respeito à morte da primeira dama, que nunca gostou de ser chamada como tal, Ruth Cardoso, e o segundo à libertação de Ingrid Betancourt, que até poucos dias atrás, era refém das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Esses acontecimentos aproximaram duas mulheres distintas e semelhantes, fortes e frágeis, sensíveis mas, ao mesmo tempo, decididas. Ruth Cardoso caracterizava-se pela combinação de elegância e despretensão, de sofisticação intelectual e simplicidade, uma antropóloga que se construiu como tal, no mais puro e simples sentido da profissão. Partiu dela o programa social Comunidade Solidária, do governo FHC, um verdadeiro programa social, próximo do modelo do Welfare State americano, um programa social que não só ajuda como também prepara e cria verdadeiras portas de saída. Ruth foi lembrada com respeito e admiração unânimes no momento de sua morte, talvez ela nunca tivesse tido consciência em vida de sua própria dimensão, afinal, esse tipo de certeza só se impõe claramente em sua plenitude como produto do trabalho da morte. Ruth podia não gostar mas era primeira e dama no sentido mais literal de ambas as palavras.Ingrid Betancourt parece muito com Ruth Cardoso, basta lembrar dos olhos e do semblante firme que ela nunca deixou de portar, mesmo nos momentos mais difícies de sua longa estada junto às FARC. Ingrid foi feita refém por fazer a diferença e, como uma ironia do destino, e elas são tantas, agora sua libertação também fará toda diferença. Mas discutir as questões geopolíticas do fato não é o objetivo deste texto, deixemos que outros veículos informativos se encarregem de informar esta parte da questão, muitas vezes simplificando os fatos.
Aqui, falaremos dos aspectos humanos e das características de uma mulher que se diz feliz e madura, mesmo depois de anos de toda sorte de sofrimentos possíveis e eu diria até inimagináveis. Esta é uma das peculiaridades das grandes mulheres, elas sofrem mas não se fazem de vítimas, ao invés disso, sobrevivem, agem e se afirmam, reforçando a sua luta e seus ideais. Ingrid dá uma lição a todos aqueles que se vitimizam por qualquer bobagem e é um exemplo da determinação e da luta que marca o espírito e o caráter de tantas mulheres.Dois destinos femininos, duas mulheres, uma mesma expressão serena. Ruth Cardoso e Ingrid Betancourt são um exemplo, um conforto e uma certeza de que nem tudo está perdido. A partida de Ruth e o retorno de Ingrid são uma chance para restabelecermos com urgência no Brasil e no mundo a fronteira entre o verdadeiro e o falso, o correto e o maldoso, o justo e o injusto.

Ruth Cardoso

Um comentário:

Unknown disse...

Nem precisa falar que eu sou sua fã nééé????msmo até quando eu não entendo uma palavra do que vc ta falandooo...hauhsuha...coisas da vida,alguém nessa turma tem que ser culta néé? ee isso vc sabee ser muitoo bem nééé?
tee amo tantoo barsinhaa!!!!!!
bjuuuuuuuuuuuu enorme!