sábado, 26 de setembro de 2009

Vida



Ah! Como bem me deixas, como em ti existo, como em ti vivo, brilhante, eterna...
Ah! Como fazes de meus dias algo sublime e indefinível,
porque és essência literatura,
não aparência.

Porque és vida, vida suspensa.
Porque elevas os que de ti se atrevem a falar,
preenche, canta, grita...
Constrói e desconstrói.

Ah! Como em ti eu sorrio,
como a mais trágica e bela das histórias de amor,
como se tuas letras fossem escritas em meu corpo,
esculpidas em minha alma,
traduzidas em minha mente,
letras escritas sobre minha pele eternamente.

Ah! Como me apresento nua ao teu feitiço,
que me seduz, me acompanha.
É mais do que uma sombra.
É a realidade minha, íntima, complicada, dramática.
Foi e será minha quando tudo o mais me abandonar.

Deixem-me só com meus livros.
Não preciso de mais nada.
Neles encontro vida, morte,

angústia, leveza, sonoridade, drama, esquizofrenia, cheiros, cores, conflitos, humanidade, história, fala, olhares, crimes, imaginações, caos, animalização, secura, densidade, leveza, poesia, facilidade, completude, peculiaridade, metáfora, personificação, linguagem, sentidos fluídos e tantos quantos forem meus sentidos confusos e benditos.

Vivo por ela.
Para ela.
Nela.

Nada mais me importa.
Dela me sustento.
Dela que faz minha vida abstrata e concreta.

Literatura intensa!

És a ti que falo.
És a ti que ouço.
Meu ideal.
Como a derradeira palavra que escrever sob meus pés,
como o beijo que sacode minha alma,
suspira no meu ouvido um canto que me evapora.

Embriague-me loucamente.
Quero me exaurir de linguagem.
Quero ter o corpo todo por letras coberto,
como a moça de Budapeste.

Ninguém me escreverá como ela.
Meu destino, minha cólera, náusea, alegria, coragem, essência, nostalgia...
Por letras sou constituída.
Sempre só a elas realmente volto.
Elas são minhas, porque sou delas.

E estes devaneios se confundem, na metalinguagem pressuposta, no disfarce plantado, na autenticidade sentida, na coragem de ser e viver você mesmo que se faz admirada, na literatura que em mim existe, na literatura na qual existo. Sorva-me por inteiro para que não reste nada que não seja letra, amor e folhas espalhadas, sorva-me com a intensidade com que a terra sorve a água, com que a ressaca do mar atrai o mundo e a praia.

Preto no fundo branco.
Onde os corajosos,
fazem morada!


Um comentário:

Rafael Tomaz disse...

você é incrível... *-*
hehe.. Rafael do curso de análise da literatura contemporânea.. lembra!?
da uma passada no meu blogg tbm, mas não repara pq sou beeem iniciante ainda, e agora que li o seu fiquei com vergonha q leia o meu.. hsuaiheiusheaus
parabéns mesmo...! já sou seu fã!!!
um beijo.. espero que nos encontremos um dia pelos corredores da PUC...