domingo, 11 de abril de 2010

Sem nome



Cores de bruma
enfastiam meu tempo
sedutoras em seu arrebatamento
infantis em ruas meigas,
em vozes repartidas
pelo tempo ou pelo vento que me despenteia.
Vozes sem hora definida
não sei nem menos nem tanto
tal pureza parece terra
areia fina que arrebenta
essas vias mal passadas por melancolia.
Vertes água pedra seca e endurecida
efêmeras indecentes
e acho que desfiguradas
com som de gesto
lançam a imagem da palavra inexistente.
Onde mora o absurdo,
por quais meios chegar ao começo?
Traços pretos
recortes de tantos rostos com defeitos
tua voz é pura
os silêncios faceiros
sentada apenas ouço aquele som de verde
verde, verde e mais verde...
Os telhados são hostis
as paredes brancas, estranhas.
Concretos discretos do infinito
meu prazer é o teu,
ali onde já não me percebes.
Eis a sombra e manto de árvore
sinta o toque destilado do divino
muito salta aos teus olhos libertinos
onde pecam minhas falhas e faltas
incertas...
tão cheia de vertigens
pálidas e altas
corretas...

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