O título da exposição foi retirado das primeiras estrofes de Aquarela do Brasil, música e letra de Ary Barroso, uma das expressões culturais que mais representam nossa brasilidade. A exposição tem como principal objetivo espelhar nossa identidade cultural através da pintura. Obviamente, isto não deixa de ser uma pretensão, já que é impossível reunir todos os aspectos de nossa tão vasta e, por vezes, incompreendida identidade nacional em uma única exposição, por mais abrangente que esta seja. Nas palavras dos organizadores da mostra, a exposição na realidade não tem pretensões, “é simples como uma tarde de sol, num domingo à beira-mar”.
NOSSA GENTE
Anita Malfati, Tropical
O colorido de Pancetti se repete em muitas outras obras da exposição, a mulher aparece novamente aqui como personagem principal, até parece que elas se deixam levar, lavar....
Jose Pancetti, Lavadeiras do Abate
Brasil Brasileiro com seu misto de cor, talento e sensibilidade mostra um pouco do que muitos entenderam ser o Brasil e o brasileiro. Ela esbarra em alguns estereótipos que nos fazem lembrar a imagem exótica e distorcida que o olhar europeu formou de nossa gente e de nossos costumes, imagem esta que, no entanto, foi sendo superada conforme os hábitos tropicais tomavam conta de nossa arte e, principalmente, a partir da primeira metade do século 20 com os modernistas e o movimento antropofágico. A exposição encanta e canta o Brasil, suas belezas naturais, sua diversidade, suas contradições, sua história. Ela é tão vasta como nosso território e tão sonhadora e idealista como nossa alma. Neste ponto, a meu ver, alcança seu objetivo de ser nossa terra, nossa gente, ao menos em parte. Vale a pena ver e conhecer-se um pouco mais.
Mais que nunca é preciso cantar,
É preciso cantar e alegrar a cidade
Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, Marcha da Quarta-feira de Cinzas
NOSSAS LUTAS
No quadro os punhos cerrados, a força, que permeia a ação de uma multidão, abstrata, que luta mesmo sem saber o porquê de sua luta, mesmo que inutilmente. Um pouco do brasileiro, do homem.
Claúdio Tozzi, O público
Mas sei
Que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
João Bosco e Aldir Blanc
O bêbado e a equilibrista
NOSSA TERRA
As casas, as ladeiras, quadro realista mas que permite a curiosidade, já que as portas estão abertas, e é sempre possível querer olhar mais fundo, melhor.
Yoshiya Takaoka, Rua dos Sapateiros
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