segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sob e sobre mim



Escrevo sempre um pouco de minha alma
O que me cala
O que me acalma
O que me fala

Espremo e torço as pontas de minha alma
As que me amarram
As que me esparramam
As que me dançam

Transformo em cacos de vidro os cantos de minha alma
Os que me cortam
Os que me ferem
Os que me renovam

Expresso o tecido selvagem de minha alma
Aquele que me tece
Aquele que me entontece
Aquele que me acontece

Escrevo a minha alma
Sobre a minha pele
Assim me construo
Assim me desconstruo
Nas entranhas de minhas entrelinhas
No abismo de minhas tantas peles e almas
nunca findas

M.V

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