sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Náusea


Exponho-me nua aos vossos olhos de certeza.
Tento inutilmente governar os meus desejos,

por tradição pertencentes à esfera do singular e do ingovernável.

É como trafegar à beira de um abismo.
Encenar uma vida reclusa.

Protagonizar o retrato de uma beleza efêmera,

absurda.

O verdadeiro amor não conhece estéticas e modelos.

Tampouco conhece tempo.

Ele pode nascer das singularidades e desvios de um instante,

e permanecer adormecido na vastidão cotidiana dos anos.

O verdadeiro amor é menos sério,

mais amante.


Seca e fria.

Às vezes penso que a única lei vigente na natureza é a morte.

As pessoas são obtusas, disformes.

O mundo é uma náusea,

alimentada pela solidão,
anestesiada pela esperança.


M.V

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