domingo, 2 de agosto de 2009

Passos de lá


Por aquelas terras de lá
Vive uma dor calada
Uma seca de tamanha secura
Que fura pedra
Esmaga um coração que guarda ainda doçura

Por aquelas terras de lá
A vaidade das vaidades
Cultiva-se com esmero
A estreiteza dos sentidos
As banalidades do cotidiano insincero

Por aquelas terras de lá
Fabrica-se o alheio do alheio
Loucuras se esparramam
Filosofias se cansam
Quando vãs tropeçam mais do que dançam

Por aquelas terras de lá
As pessoas seguem os rios
Os rios correm pro mar
A tristeza preenche o olhar
Tão profunda que dá medo só de reparar

Por aquelas terras de lá
Passam poucos passos
A brisa penteia finas folhas
Histórias e lágrimas caem ligeiras
Quando passa o tempo em apressados passos

M.V

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