domingo, 13 de dezembro de 2009

Angústia

E essa minha ausência...
E essa ausência de mim mesma, essa vontade do tempo
E essa saudade do tempo, essa angústia apertada em meio a um medo do vento
E essa angústia que sufoca, espreme, enlouquece por dentro
E essa loucura insana, essa vertigem que assombra
E essa sombra que se esparrama, esse tempo diluído que não anda
E esse tempo que não anda e essa dor que não desanda do meu peito de criança
E esse meu peito que se arranha, se despedaça, se retorce em dramas
E esses dramas que me formam, deformam, difamam
E esse dia frio que me congela, me deixa sozinha, largada em minha cama
E essa cama que me é alheia, que me é distante, que me é dor latente sem cura e esperança
E essa cura que não me alcança, que faz de mim temor e agonia, disfarçadas e incontidas
E essa incontinência de tudo, quero gritar e o grito sai mudo, anulado, cinza e bruto
E esse cinza vai me diminuindo, sou agora só falta, saudade, vontade de outra falta
E essa vontade de ter mais tempo, de imaginar que você também quisesse mais tempo
E essa vontade de te chamar e ser ouvida, mas chamar-te eu não poderia
E essa certeza de que você jamais me entenderia
E essa sofreguidão irremediável de que você não viria
E de tudo é isso o que mais me dói
Tanta efemeridade me sufoca em perdidas letras e rimas
Espero-te em vão em tantos sonhos esfolados e amontoados
Ainda...

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