Sentada estou eu aqui agora
Mas ando na tua direção
Lembrando de ti
Com menos nostalgia
Mais emoção
Pensando estava eu outrora
Mas logo me desfiei em suposições
Desfazendo-se de mim
Com menos realidade
Mais alucinação
Escolhendo me surpreendi sem demora
Mas logo achei injusta a escolha
E a ti me entreguei
Com menos medo
Mais livre feito folha
Amando-te estava eu à noite
Mas logo me descobri escura
E por ti procurei cega e nua
Com menos razão
Mais loucura
Quero ir embora
Pois então digo que vás
Sem demora
Me deixe logo
Eu e a solidão
Presente na ausência
De tantas horas e horas
Mas é pra ir agora
Lê pra mim algumas linhas
Neste livro tão lindo
Cheirando a poesia
Me arrepio nas tuas idas e vindas
Me encontro em um desencontro
Cada vez mais complicado
Me teço em uma teia
Cada vez mais solitária
Me olho em um espelho
Cada vez mais distorcido e pálido
Me fabrico em um desespero
Cada vez mais inútil e ácido
Me abstraio deste cenário
Cada vez mais banal e asfixiado
Me penso demasiado
Cada vez mais louca e fantasiada
Me faço dupla
Cada vez mais conflitiva e entrecortada
Me aproximo do nada
Cada vez mais tudo e fascinada
Me busco em você
Cada vez mais lívida e apaixonada
Me rabisco nos meus mistérios
Cada vez mais teus
Eternamente em busca de morada....
vira vira vira
agora me lembrei contente
em um instante efêmero
mas carregando algo de presente
do homem virando lobisomem
que outrora eu dançei
em um estado de ânimo
próximo do que chamam de contente
vira vira vira
vira de repente
Resposta
que demora
assim me colocas nervosa
onde andas por estas horas?
sei que às vezes te escrevo demais
não te deixo em paz sequer por uma hora
mas hoje minha inspiração aflora
te pergunta em forma de poesia
pra não te encher demais com a prosa
se à noite não me encontrar
é que saí por aí afora...
M.V
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