terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Antes das aspas


O ar respira diferente
A incerteza veste o que vem pela frente
Meus olhos desfilam esquecidos no chão
O ar paira ausente
Eu sou agora como aquele
que, de repente,
não sabe mais o que sente.


Saudade das letras,

do romance delicado,
quanta assessoria neste espaço!
Não recuso a literatura,
vou aonde os versos estão,
neles eu percebo a mim mesma
é como a claridade na escuridão.



Constante

mente
Cansa-me
sente
Distante
mente
Demora-te
quente



Vou esperar

seu toque de dedos trêmulos
Vou revirar
seu salto de murmúrios breves
Vou desafiar
seu cotidiano de olhares inertes
Vou descobrir
seu palco de panos transparentes
Vou implodir
suas ruínas de versos indecentes
Vou decidir
se te coloco aspas ou parênteses

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