quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Três luzes amarelas


Só eu sei como as esperei
à noite girando acordada
de dia contando o tempo congelado
e como elas vieram
doces
macias
e suaves
tal qual um lírio poético
a derramar a certeza de ser amado por onde passa
e como elas se fizeram gratuitas e raras
tal qual um beijo
a bailar no tecido de uma alma abandonada


três luzes amarelas
o tempo parou feito estátua
estou eu aqui parada
meio adormecida
meio acordada
três sombras endurecidas
uma mulher solitária
estou eu aqui andando
meio despedaçada
meio envergonhada
a visão some quando dobro a esquina apressada


esperando me entregaram
o tédio me espreita
o rumor distante da rua
aos poucos se deita
escrevendo me esqueceram
ora me chamam
ora me deixam

M.V

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