sábado, 20 de fevereiro de 2010

Desintegração

Galatea of the Spheres, Salvador Dalí


Perdi a voz.



Sucumbi a um delírio sem nome,
o abismo enegrecido do prazer
misturou-se à intensidade de algumas lágrimas
vertidas sem que eu pudesse perceber.

Senti a sua alma.
Primeiro apenas a ponta dos dedos,
depois a doçura dos beijos,
o repousar da face,
a suavidade da voz.
Fugiu-me naquele instante o medo.

Andei pelo outro lado da rua,
colhi outras paisagens,
encontrei a minha saudade
toda revestida de negro
com uns olhos sem cor.
Estava um pouco envergonhada,
sedenta por paisagens mais largas.


Um suspirar do amor...

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