quinta-feira, 30 de abril de 2009

Apenas vivo


Depois do choro vem o riso
Porque a promessa existe
Porque depois da tempestade
Sempre vem o sol
Vem a calma
Depois da turbulência
Tudo e nada muda
Volto a olhar pela janela
Firme
Confiante de que ainda existe beleza
Beleza efêmera ou profunda
Beleza nos teus olhos
No riso de meus amigos
Em uma conversa tonta
Mas que faz doer a barriga
Faz sorrir
De repente
Pela riqueza e pelo prazer da autenticidade
Ser autêntico no que faz
No que espera de si mesmo
E dos outros
Como é bom pelo menos um dia
Sentir que houve felicidade
Sentir que não estávamos ligando pra nada
Eu só quero ser feliz
Quem me dera ao menos uma vez
Curar esse mundo doente
Sangrei sozinha
Quero ver tudo que eu ainda não vi
Sempre foi assim
Eu quero rir loucamente
Quero beijar quem eu quiser
Do jeito que eu quiser
Quero fazer de tudo
Experimentar mais do que já experimentei
Só com você
E temos tempo
Temos todo tempo do mundo
Temos nosso suor sagrado
Ainda somos como nossos pais
As aparências não enganam não
Não enganam mais
Ai como eu quero lembranças
Que me enterrem
Me mordam
Quero pesadelos horríveis
E sonhos celestes
Para separar o bem do mal
Não pelo simples maniqueísmo
Eu quero mais
Quero o complexo
O não tão facilmente explicável
Quero a vida de verdade
Não vou fazer mais nada
Que me deixe insuportável
Vou amar você
De qualquer jeito
Eu vou tirar você desse lugar
E não me importa o que os outros vão pensar
Ando tão à flor da pele
Eu estou chovendo muito mais do que lá fora
Sei mais caminhos que os meus sapatos
E sei que vou viver
Por muito tempo ainda
Das lembranças de nós dois
Porque a vida é mesmo coisa muito frágil
Uma bobagem, uma irrelevância
Diante da eternidade do amor de quem se ama
Minha personalidade é forte
Mas minha alma é tímida
Meu olhar é instantâneo
Quero cair de um precipício
O mais alto de todos
E sair voando
Voar sem rumo
Pelas linhas do meu destino
Pelas diagonais das minhas esquinas
Quanta besteira
Quanto desvio
Isso é loucura
Se é loucura então melhor não ter razão
Pra que fingir
Que bobagem essa mania de fingir negando a intenção
Você sabe que só você me entende
Do princípio ao fim
Só você vai curar o meu vício
E assim ando com meus amigos
E amores impossíveis
Coincidência ou não
A maioria deles
Sempre foram assim
Impossíveis
Mas eles sabiam
Amigos e amores
Que eu via o mesmo que eles
Quase sem querer
E quase sem querer te amo
Amor meu grande amor
Porque depois de você
Os outros serão só os outros
E eu continuarei a contar minha história
Nossa história
Neste mundo que termina na fina fronteira dos nossos lençóis
Em nós
Sei que tudo lá fora mudou
Que o tempo passou feito um louco quebrando as vidraças
E a gente ficou
Mas eu ainda quero mudar o mundo
Não sei até quando
Mas tem muitas coisas que eu ainda quero
Uma ideologia pra viver
Ar e livros
Sexo e sentidos
É tudo que eu preciso
Não me atrai o atraso
Muito menos a superficialidade do insensível
E continuarei irritando-me com o que não concordo
Podem me chamar do que quiserem
Mas eu vivo
Eu apenas vivo

M.V

4 comentários:

Carol disse...

Mistura de poesia, música e realidade... Amiga a cada dia você me seupreende mais!!! Parabéns...

Maura Voltarelli disse...

E a cada dia eu te amo mais! Obrigada por tudo Carol!
Depois do nosso dia super descontraído ontem e dos recentes acontecimentos, eu tinha que escrever algo assim...

Vereador Ralf Junio disse...

ja roubei este para meu orkut. lindissimo como sempre .. quanta inspiração !!!

Maura Voltarelli disse...

blog m mais conhecida como gleise rsrsrsr...obrigada pelo comentário querida!e pode pegar emprestado viu, eu deixo!rsrsrs...continue entrando sempre e lendo as poesias!