domingo, 19 de abril de 2009

O eterno do efêmero




Escuto o silêncio do teu beijo
Não sei se meu coração
Vai voltar

Sinto em tudo o seu cheiro
Já imagino todo o sempre
Em que vou te amar

Sem ter ao menos a chance
De te tocar por inteiro
Neste eterno esperar





Corte-me
Junte os pedaços
Solte-me
Confie no vento
Ele sabe de mim
Siga seus passos
Só me ame assim





Não tenho mais conserto
Ou sou tua
Ou tua sou
Sem pretexto





Toque no meu retoque
Retoque o meu estoque
Mude o meu enfoque





No meio da rua
Meio tonta
Me vi muda
Absolutamente nua

Dobro a esquina
Meio inculta
E é como se me fizesse
Inteiramente tua





O que é isso
Que não sei de onde
Nem o porquê
Tampouco o para onde



Luto em tudo
Amo em absurdo
Gosto da palavra muda
E do som surdo





Sabia que te teria
Do jeito que eu queria
Apenas nos prazeres do sonho
De noite e de dia

Sabia que não me daria
Tudo que eu queria
E que me daria
Tudo que eu temia

Sabia que acabaria só
Que voltarias para teu vazio
Condenando-me a outro
Cheia de poesia, palavras e iras

Sabia que te escreveria
Nestas mal traçadas linhas
De quem não se sente digna
E não mais quer sofrer por esta vida

Sabia que levaria apenas uma história
Inexplicável e impossível
E que eternamente meu te imaginaria
Para que fosses feliz enfim

Para que vivêssemos de poesia
Do simples e do belo
Sem pensar no tempo
Tão sábio e singelo


2 comentários:

Carol disse...

Escuto o silêncio do teu beijo
Não sei se meu coração
Vai voltar

Sinto em tudo o seu cheiro
"Já imagino todo o sempre
Em que vou te amar

Sem ter ao menos a chance
De te tocar por inteiro
Neste eterno esperar"

Essa é a mais perfeita tradução do amor... Amei esse poema!!!

Beijões Querida

Maura Voltarelli disse...

Ai Carol como eu amo você! Obrigada sempre por cada palavra, cada elogio, cada segundo que você para pra me escutar, escutar todos os meus conflitos, dramas e complicações!