domingo, 5 de abril de 2009

A lógica ilógica do riso



Às vezes penso em sorrisos
Em como eles são disfarces e feitiços
Que facilidade eles têm em esconder uma dor
Usando de belezas vazias
Confundem o caminho
Desenham uma alma em diagonal
Sufocam o peso das tristezas
Combinam variedades de dor
Têm a incrível capacidade de fazer sarar saudades
Provam como o ser humano
Que tem o riso como exclusividade
Pode através dele segurar lembranças sem estremecer
O riso é antes de tudo o inverso do esperado
Ele ensina alguém a sonhar
Como rabiscos e letras sombreadas pela angústia
Angústia que não me deixa
Toma conta de toda minha mítica existência
Com sufocamentos e apertos
O fato é que quando sou visitada pelo cortante desespero
Sei dar meus mais misteriosos e sensuais sorrisos
E com isso morro a cada instante
Mascarada pelo riso
Desafiada pela dualidade de minha alma
Da qual o riso nunca foi a janela
Mas o olhar que não esconde nada
Olhar de quem se desafia pelo caminho
Cheia de saudades da vida

M.V

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