sábado, 28 de março de 2009

Medo



Medo
E como explicá-lo
Não sei
Não posso saber de nada
Estou sozinha
Como na maior parte do tempo
Sinto tanto a sua falta
E sei que esse tempo não volta
Medo
De sair
Ir embora
Pra onde?
Agora?
Mas vou
Como quem chora
Vou muda
E assim permaneço
Como quem aprende
Que pra tudo se demora
Que pra tudo há de se ter a hora
Recebo minha liberdade
Mas antes de tudo meu conhecimento
Que anos de solidão me emprestaram
Sem prazo de entrega
Com marcas de sorrisos
E lágrimas
Medo
Do que me escapa
Do que me trai
Da irritação efêmera e desonesta
Do abismo
Do nada
Medo de me olhar
E não ver mais
O que fizeram de mim
A vida
Os livros
As paixões
As ausências
Tenho medo dela

Da escuridão

M.V

2 comentários:

Rogerio Stopa disse...

Como quem aprende
Que pra tudo se demora
Que pra tudo há de se ter a hora

Gostei.

Rogerio Stopa disse...

Ah, gostei da foto também ;)